domingo, 25 de novembro de 2007

S com som de vida.

A quem posso dizer que sou o que sou senão a mim mesmo?
Assim, sem máscara nem armadura, me solto em palavras certas e sinceras, sonoras aos meus ouvidos.
Sou o que sou porque sei o que quero ser.
Minha versão de mim, sempre em movimentos suaves, sentindo o fluir das águas que passam por mim e me levam a lugares exóticos e inesperados. Sou assim, sempre seguindo o incessável fluir do tempo, me deixando ser somente aquilo que no momento me é interessante ser.
Sinestésico, sonho.
Sonhando, sigo.
Seguindo, vou atrás das coisas que me chamam a atenção.
Eu sou minhas vontades, meus sonhos, meus risos e sorrisos, meus momentos de sono. Sou meus amigos, minha família.
Sou simples.
Sou assim, de um jeito que sei que sou e que sei que sempre serei. Senão, quem há de ser eu senão eu mesmo?
Minha versão de mim, sempre dissertando sobre o ser, o sentir, o desejar de mim mesmo. Não por narcisismo ou egocentrismo, mas por descobrir, ao passar das águas que me levam, o que sou e seguir sendo o que acredito ser.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Rave

Agora com todo esse alvoroço rolando por causa da morte de um menino em uma rave, vários estados brasileiros estão tentando proibir a realização de eventos eletrônicos de longa duração, as famosas raves.
Acredito ser uma hipocrisia tremenda tomar uma atitude dessas, com o argumento de que são nessas festas que acontece a maior porcentagem de consumo de drogas sintéticas, como ecstasy e LSD - ou ácido lisérgico. Se há ou não o consumo de drogas em festas raves, a solução não é acabar com o entretenimento de pessoas que gostam de música eletrônica, mas sim acabar com o problema pela raiz - o tráfico de drogas.
Se você é um frequentador das noites de qualquer cidade que tem uma vida noturna ativa, sabe que em qualquer festa, seja ela rave ou não, de música eletrônica ou rock, em lugar fechado ou aberto, houve e sempre haverá o consumo de drogas, sejam elas lícitas ou não.
Lendo algumas reportagens sobre a morte do garoto de 17 anos na rave no Rio, percebi que, como em qualquer outra reportagem, os jornalistas estão omitindo vários fatos relevantes para a história: o garoto teve uma overdose pois ele tomou (se não mentiram pra mim) mais de 10 balas; não foi a festa que obrigou Lucas a tomar todos esses comprimidos, ele fez isso por livre e espontânea vontade; ou até mesmo o fato a droga não ser vendida (em sua maioria) dentro das raves, somente o seu consumo.
Qualquer droga, seja ela ilegal ou não, se tomada em excesso pode provocar a falência de uma pessoa. Calmantes fortes, que teoricamente deveriam ser vendidos somente com prescrição médica, se tomados em grandes quantidades podem causar paralisia do coração. E podem ser comprados facilmente em uma farmácia sem prescrição médica. O consumo excessivo de álcool e cigarro também mata, não tão rapidamente quanto uma overdose de cocaína, por exemplo, mas são responsáveis por uma fatia grande nos gráficos de causas de mortes.
Somando a isso, como pode-se culpar uma festa pelo consumo de drogas de um menino de 17 anos? Pode-se culpar a organização da festa por permitir a entrada de um menor de idade ou até mesmo por ser negligente na fiscalização de venda de drogas dentro da rave. Mas culpa-lá pelo consumos de balas e doces é um absurdo. As pessoas as consomem por vontade própria, sabendo (ou não) das consequências - mas mesmo assim, ainda é por própria conta e risco.
Eu sou da opinião que o consumo de drogas deve ser legal, o seu comércio que deve ser proibido. E isso nos atuais padrões da justiça brasileira, porque indo além, acredito que o comércio de drogas deveria ser legalizado, se devidamente fiscalizada a sua produção e distribuição, com pagamento de impostos e taxas para o governo.
Ainda assim, se uma pessoa compra drogas - que é ilegal, as consome - o que também é ilegal, como podemos culpar uma organização de eventos por erros de outrém? Pelo que me lembre, em todos os ingressos, flyers e quaisquer outros meios de divulgação de raves que tenha visto, havia dizeres sobre não consumir drogas.

Por isso digo que é hipocrisia: as autoridades judiciais sempre escolhem o caminho mais fácil e menos trabalhoso pra eles. Pra que combater todo um tráfico organizado no país inteiro quando a proibição de festas do mesmo gênero em que um garoto morreu semana passada basta para acalmar a mídia e a infelicidade da população com a má administração do país?
Voltemos então ao tempo ditatorial em que qualquer fato que faça com que os jurídicos tenham que levantar-se de sua cadeiras grandes e confortáveis sejam proibidos e acalmem com a raiva de uns em detrimento da felicidade de outros. Viva a falsa democracia!